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sexta-feira, 27 de março de 2009

Ela se chama...Superação

Estudante, líder popular, conselheira tutelar, esposa e mãe. Resumidamente, essa é Jandira Ribeiro de Paula da Silva, uma moradora do Jardim Russo, região de Perus, em São Paulo.Com 56 anos, mãe de 3 filhos e casada há 30 anos, ela resolveu se dedicar aos estudos e está cursando o primeiro ano de Filosofia na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.
Com pique total, durante o dia, trabalha no Conselho Tutelar da região de Perus e, ainda, é membro da Equipe Executiva do Fórum de Desenvolvimento Local Perus/Anhangüera do Programa São Paulo.Quando tinha 13 anos de idade, Jandira se mudou com a família da cidade de Ocauçu, interior de São Paulo, para Rondon, no Paraná.
Os pais foram trabalhar na roça e ela não conseguiu dar continuidade aos estudos.Cursar uma universidade passou a ser meta na vida dela aos 42 anos. "Estudei somente até a 4ª série e ajudava minha filha com as tarefas escolares. Depois de um tempo não conseguia mais acompanhá-la e isso me estimulou a voltar aos estudos. Comecei, então, a freqüentar um curso supletivo", explica.
Depois de 30 anos sem estudar, Jandira concluiu o curso supletivo, fez o curso de Educador Popular na PUC-SP, participou de grupos de estudo e, em 1994, prestou vestibular para Filosofia, na USP (Universidade de São Paulo). "Prestei o vestibular, mas não consegui entrar por pouquíssimos pontos", lamenta.Não desistindo do objetivo, depois de mais 10 anos, tentou novamente e, agora, como universitária na PUC-SP, está gostando muito da experiência."Agora vou lutar para conseguir uma bolsa de estudos", diz ela.
Quando voltou do Paraná para São Paulo, em 1976, sentiu dificuldades e preconceitos em relação a sua condição de migrante. Não se abatendo com a situação, resolveu superar as circunstâncias trabalhando para que as pessoas naquelas mesmas condições não recebessem o mesmo tipo de tratamento. Para isso, prestou auxílio às famílias que vinham de outras localidades com orientação e apoio na Comunidade João XXIII, em Perus.Também em Perus, Jandira é membro da Equipe Executiva do Fórum de Desenvolvimento Local.
Lá, ela participa das discussões de temas e propostas que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. "Para mim, a criação do Fórum foi fundamental para que os grupos da comunidade se aglutinassem e buscassem trabalhar em conjunto para um bem comum", fala Jandira.
No Conselho Tutelar, ela, que acompanhou a construção do Estatuto da Criança e do Adolescente, dá estímulo, dedicação, encaminhamento, orientação e representação às questões relacionadas à infância.Jandira aposta no potencial transformador das pessoas e acredita que, somando forças, mudanças para uma sociedade mais justa são possíveis.Para ela, ser líder não é puxar tudo sozinho.
É, sim, trabalhar em equipe e fazer com que as pessoas percebam a sua capacidade e poder de construção. "Não acredito nos líderes que se destacam e vão embora. Os verdadeiros líderes caminham juntos com as pessoas ao seu redor. Se for preciso dar um passo para trás e esperar o companheiro, dá e, assim, caminham juntos", finaliza.
Por: CURSINHO CONEXÕES DE SABERES 13:49 1 Comentario
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UM EXEMPLO PARA O MUNDO

“Não pergunte o que o seu país pode fazer por você e sim, o que você pode fazer pelo seu país”
John F. Kennedy (Presidente dos EUA, 1961 – 1963)

Há onze anos atrás fui para os Estados Unidos, disposto a aprender inglês. Durante um ano morei em Starkville, uma pequena cidade no estado do Mississippi. Apesar de seus pouco mais de 50 mil habitantes, a cidadezinha me ensinou bastante sobre deveres e responsabilidades dos cidadãos.

Costumava ir de bicicleta às aulas e, no caminho da faculdade, todo dia passava em frente ao City Hall, a prefeitura deles. Lembro que às quartas-feiras sempre havia uma aglomeração de pessoas em frente ao prédio, o que me deixava intrigado. Até que um dia resolvi parar e perguntar a uma senhora, em meu inglês ainda incipiente, o que era todo aquele movimento.

Ela, então, me explicou que em todas as quartas-feiras os membros da comunidade encontravam-se com o prefeito para uma espécie de prestação de contas dos gastos do município. E me deu uma aula de cidadania. Disse que todo mundo participava da investigação daquelas despesas e checava sua real necessidade para a melhoria dos serviços na cidade.

O fundamental aspecto levado em consideração era se aqueles gastos iriam realmente representar algum tipo de melhoria na qualidade de vida dos munícipes. Somente após isso as contas eram aprovadas por eles. Além disso, cada investimento realizado vinha acompanhado de informações detalhadas sobre o retorno a ser proporcionado. Uma vez aprovado, a comunidade acompanhava a efetivação e o andamento do projeto.

Vejam bem: as contas eram aprovadas pelos próprios munícipes! Sem tribunal de contas, ações judiciais, liminares e o festival de recursos em inúmeras instâncias que se vê por aqui, e que apenas tomam tempo do Poder Judiciário. Ou alguém já viu por aqui algum prefeito, mesmo condenado, devolver dinheiro gasto indevidamente?

A tal senhora ainda fez questão de me explicar que somente assim os cidadãos de Starkville poderiam prevenir que certos políticos pudessem sentir-se “à vontade” para usar o dinheiro em benefício próprio ou em projetos sem retorno para a comunidade. Tudo bem que era uma pequena cidade e as coisas tornam-se mais fáceis de serem fiscalizadas. Mas é, fundamentalmente, um problema de cultura política.

Já imaginou isso sendo feito numa cidade de mesmo tamanho no Brasil? Já imaginou isso sendo feito em Itu? Aqui, se um cidadão resolver assistir algumas sessões da Câmara Municipal com regularidade, é provável que seja abordado e inquirido do que deseja ali e quais são suas intenções... Pode até mesmo ser demitido do seu trabalho, já que as sessões são em horário comercial.

Ainda temos muito a aprender. Mesmo com um povo tão acusado de ser ignorante politicamente e voltado para seu próprio umbigo, como os americanos.
Por: CURSINHO CONEXÕES DE SABERES 11:01 1 Comentario
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