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sexta-feira, 27 de março de 2009


UM EXEMPLO PARA O MUNDO

“Não pergunte o que o seu país pode fazer por você e sim, o que você pode fazer pelo seu país”
John F. Kennedy (Presidente dos EUA, 1961 – 1963)

Há onze anos atrás fui para os Estados Unidos, disposto a aprender inglês. Durante um ano morei em Starkville, uma pequena cidade no estado do Mississippi. Apesar de seus pouco mais de 50 mil habitantes, a cidadezinha me ensinou bastante sobre deveres e responsabilidades dos cidadãos.

Costumava ir de bicicleta às aulas e, no caminho da faculdade, todo dia passava em frente ao City Hall, a prefeitura deles. Lembro que às quartas-feiras sempre havia uma aglomeração de pessoas em frente ao prédio, o que me deixava intrigado. Até que um dia resolvi parar e perguntar a uma senhora, em meu inglês ainda incipiente, o que era todo aquele movimento.

Ela, então, me explicou que em todas as quartas-feiras os membros da comunidade encontravam-se com o prefeito para uma espécie de prestação de contas dos gastos do município. E me deu uma aula de cidadania. Disse que todo mundo participava da investigação daquelas despesas e checava sua real necessidade para a melhoria dos serviços na cidade.

O fundamental aspecto levado em consideração era se aqueles gastos iriam realmente representar algum tipo de melhoria na qualidade de vida dos munícipes. Somente após isso as contas eram aprovadas por eles. Além disso, cada investimento realizado vinha acompanhado de informações detalhadas sobre o retorno a ser proporcionado. Uma vez aprovado, a comunidade acompanhava a efetivação e o andamento do projeto.

Vejam bem: as contas eram aprovadas pelos próprios munícipes! Sem tribunal de contas, ações judiciais, liminares e o festival de recursos em inúmeras instâncias que se vê por aqui, e que apenas tomam tempo do Poder Judiciário. Ou alguém já viu por aqui algum prefeito, mesmo condenado, devolver dinheiro gasto indevidamente?

A tal senhora ainda fez questão de me explicar que somente assim os cidadãos de Starkville poderiam prevenir que certos políticos pudessem sentir-se “à vontade” para usar o dinheiro em benefício próprio ou em projetos sem retorno para a comunidade. Tudo bem que era uma pequena cidade e as coisas tornam-se mais fáceis de serem fiscalizadas. Mas é, fundamentalmente, um problema de cultura política.

Já imaginou isso sendo feito numa cidade de mesmo tamanho no Brasil? Já imaginou isso sendo feito em Itu? Aqui, se um cidadão resolver assistir algumas sessões da Câmara Municipal com regularidade, é provável que seja abordado e inquirido do que deseja ali e quais são suas intenções... Pode até mesmo ser demitido do seu trabalho, já que as sessões são em horário comercial.

Ainda temos muito a aprender. Mesmo com um povo tão acusado de ser ignorante politicamente e voltado para seu próprio umbigo, como os americanos.
Por: CURSINHO CONEXÕES DE SABERES 11:01 1 Comentario

Um comentário:

  1. Início das atividades... 13/04/2009... vamos que vamos juntos e misturado ao infinito e além
    hahahahhaha...
    Sucesso, é nós!

    Ass:
    Professor de Química e Biologia

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